Bruno Miranda Braga

CAPRICHOSO E GARANTIDO NA SALA DE AULA: USO DE TOADAS NAS AULAS DE HISTÓRIA DA AMÉRICA AMERÍNDIA

 

Os bois de Parintins e a arte de Amazoniar  

 

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN desde de novembro de 2018 (Livro de Registro das Celebrações, processo nº 01450.006348/2009-11) como bem cultural imaterial, o Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins é considerado a “ópera amazônica” por excelência. Criação do imaginário regional, o folguedo popular é permeado por danças, músicas e narrativas cênicas centrada na figura do Boi, que como parte da cena tem a língua cortada por um marido (Pai Francisco) que queria satisfazer o desejo de sua esposa grávida (Mãe Catirina), mas o Boi é trazido à vida novamente após uma pajelança realizada por um chefe indígena que com a mística peculiar, o devolve a vida. Segundo o IPHAN, “Os festejos relacionados a esse bem cultural imaterial acontecem de diferentes maneiras e de acordo com a localidade em que são realizados, sendo praticados em distintos momentos do ano com variações e denominações próprias na região amazônica. No Médio Amazonas e Parintins (AM), o folguedo geralmente ocorre durante as celebrações juninas dedicadas a Santo Antônio, São João e São Pedro. Nesses contextos, há três principais versões da dança dramática: o Boi de Terreiro, o Boi de Rua e o Boi de Arena. A primeira tem como tema principal a morte e a ressureição do animal. A segunda se refere a uma variação urbana e itinerante, que envolve os transeuntes locais. A última remete a uma modalidade de caráter competitivo que tem lugar no espaço conhecido como Bumbódromo do Festival Folclórico de Parintins, que ocorre anualmente na última semana de junho” (IPHAN, informação disponível na home page do Instituto).

 

De fato, o centro da Festa se dá atualmente no último fim de semana de junho na qual na Arena, o Bumbódromo se “enfrentam” Caprichoso e Garantido, os dois “mais famosos” bois da Amazônia, numa grandiosa festa que reúne público e amantes de diferentes nações e localidades do mundo. A defesa dos torcedores, ou da galera como é chamada, se dá pelas cores e símbolos: os caprichosos defendem o azul e branco e seu boi traz uma estrela cintilante na testa. Já os contrários, os garantidos, usam o vermelho e o branco trazendo o boi um coração em vermelho vibrante a testa.

 

Embora ao longo dos anos com a chegada de migrantes de diferentes localidades do Brasil e do mundo a região do Baixo Amazonas, foram sendo incorporados à cênica, elementos constituintes dessas culturas chegadas, todavia, a “ênfase”, ainda é as culturas indígenas da Amazônia Legal e da Internacional, bem como da América Ameríndia. Se trata de uma “arte de Amazoniar”, de mostrar e celebrar a Amazônia e suas gentes, nas quais além de uma “origem”, ou “volta ao passado”, é presente na vida cotidiana, no jeito de ser e de fazer, na qual por meio dessa arte chega a todos quer seja pela cenografia, quer seja pela musicalidade que se insere e chega como aliado as aulas de história. 

 

A música regional nas aulas de História 

 

Dentre os diferentes recursos que cada vez mais compõe as aulas de história e funcionam como recurso didáticos, as músicas se apresentam como uma das mais eficazes pela forma como nosso interior, nossa mente reserva seu conteúdo (letra, sonoridade, ritmo). Com seu uso, a aplicabilidade dos conteúdos históricos acontece com amplitude entre os alunos, pois “o uso da música é importante para situar os jovens diante e um meio de comunicação próximo de sua vivência, mediante o qual o professor pode identificar o gosto, a estética da nova geração. [...]” (BITTENCOURT, 2009. p. 379), a referida autora propõe ainda que a música popular tem sido a mais utilizada, “preferida” pelos professores pois está perto, se relaciona com amplas temáticas e discussões além de ser “a intérprete de dilemas nacionais, e veículo de utopias sociais; canta o futebol, o amor, a dor, um cantinho e o violão” (NAPOLITANO, 2002. p. 07).

 

Nesse sentido, as toadas, cantam e versam sobre a Amazônia, especialmente a Amazônia Indígena, a América Ameríndia, além do mais, os compositores escrevem de uma forma próxima, com expressões amazônicas, e mostrando elementos da paisagem, da arte, e da vida amazonense, isso aproxima, desperta um sentimento de “eu conheço” nos alunos uma vez que não é um dado distante, mas um dado presente em seu dia a dia, na casa de seus pais, avós, amigos e etc. 

 

Propor a linguagem musical no ensino de História sugere assim conhecimento por meio de um recurso que motiva e gera prazer, todavia, requer um trato metodológico denso, é importante ver e sempre destacar que música é arte e conhecimento sociocultural, e portanto, uma experiência cotidiana da vida humana. Para Ernest Fischer (1984, p. 207), “A experiência de um compositor nunca é puramente musical, mas pessoal e social, isto é, condicionada pelo período histórico em que ele vive e que o afeta de muitas maneiras” (FISCHER, 1984, p. 207). Como se pode notar, então, música e homem se identificam no tempo e no espaço.

 

A aula de História apresenta-se como o momento em que o professor proporciona aos alunos condições de apropriarem-se do conhecimento, percorrendo os caminhos da sua construção. Desse modo, professor e aluno reencontram-se na prática do historiador; e o aprendiz distingue-se como sujeito da sua aprendizagem. 

 

Amazônia herança dos incas: as toadas no conteúdo de América Indígena 

 

O que se pode inferir é que o entendimento e a exploração mais precisos da canção popular em sala de aula situam-se na união, na combinação indivisa da música com a palavra. Nesse sentido, as toadas que versam sobre os povos e a situação dos povos indígenas e diferentes momentos da história da América, do Brasil e da Amazônia se inserem como primazia do recurso como mostraremos a seguir. Elegemos para este texto, algumas toadas, mas pelos anos de festival (54 edições até o momento) a diversidade de temas e temáticas a serem abordadas com seus usos transcendem essas páginas. As que seguem, versam como “modelos” e possibilidades de uso, o que se pode fazer com outras e outros temas. 

 

Toada A conquista, Boi Garantido 

Composição: Edvaldo Machado / Inaldo Medeiros / Tony Medeiros.

 

Um dia chegou nessa terra um conquistador

Manchando de sangue o solo que ele pisou

Não respeitou a cultura do lugar

Nem a história desse povo milenar

Queria ouro riqueza e tesouro

Depois a terra e também escravidão

Tibiriçá, Araribóia, Ajuricaba disseram não

Um dia o índio lutou contra o branco invasor

E a guerra de bravos guerreiros então começou

Arcos e flechas contra a força do canhão

Guerra dos índios dizimou minha nação

Trouxeram cruz mais usavam arcabuz

E o ameríndio resistia à invasão

Chamaram a morte e o massacre do meu povo

Civilização

Chegou o branco, pra conquistar

Chegou o negro, pra trabalhar

Unindo raças e crenças de povos

Vindos de além mar

 

A toada A conquista versa sobre o processo de contato dos índios com os europeus. Mas para além disso, a visão da narrativa foi invertida, o eu lírico é um indígena contando os fatos; inicialmente, lemos a atrocidade do elemento invasor, e a atroz “conquista”. Três nomes guerreiros são apresentados, Tibiriçá, liderança indígena tupiniquim das origens de São Paulo,  Araribóiatemiminós, grupo indígena tupi que habitava o litoral brasileiro no Século XVI, e Ajuricabaum líder da nação indígena dos manao no início do século XVIII. Revoltou-se contra os colonizadores portugueses, negando-se a servir como escravo, tornando-se um símbolo de resistência e liberdade, ambos foram e continuam sendo representações da astúcia, e do logro dos índios durante o contato. Outro ponto que a toada apresenta é a luta e a resistência indígena, contrariando o discurso que tudo foi “favorável e fácil” ao colonizador. Arcos e flechas contra a força do canhão, mostra as diferenças técnicas e mensura que os indígenas lutavam com o que tinham, eram filhos do seu tempo. 

 

Toada Brasis Ameríndios, Boi Caprichoso

Composição: Milka Maia.

 

Amárica, América,
Ybyrabytanga, Arabotan
Brasis...América..
Eles já foram dezenas de milhões
No continente aguerridos,
A lutar contra os grilhões
Mas logo serão esquecidos.
Arcos e flechas não veremos mais
Só tapiris queimando entre os vegetais.
Ferido em princípios tribais,
O valente cacique pede paz

Esses Brasis Amarindios á,á,
Filhos da América

Civilizados ou não,
Pra que genocídio á prestação,
Se no contexto amazônico
Nós somos todos irmãos.
Somos ermamos da América
Índio mutante,
Nômade errante,
Sem pátria, sem chão
Hábeis navegadores
Verdadeiros descobridores,
Donos desse torrão.
Quando te vejo a mercê da sorte
Caminhando sem direção
Altivos! Erguei vossas cabeças!
Tupinabá!Forte valente!

 

Uma das toadas mais expressivas do boi Caprichoso, sem dúvidas, repleta de poesia e termos e história por detrás. De início o eu lírico canta e chama América, a índia América, remetendo também ao possível anagrama para Iracema como propôs, possivelmente José de Alencar. Ibirapitanga é o nome do Pau-brasil. Esse nome foi dado pelos colonizadores para designar as terras de Ibirapitanga ou terras do pau-brasil. Ibirapuera, deriva de Ibirapitanga. Arcos e flechas não vemos mais, pois diante da situação atual da questão indígenas, a queimada de sua casa, terras, os “fragilizaram”. Tapiris são moradias em formato circular cobertos a palhas de alguns grupos indígenas, os tapiris queimando entre os vegetais remonta às queimadas da Amazônia. Mesmo ferido em seus princípios étnicos, o valente cacique, que é o chefe dos grupos indígenas, pede paz! A toada é como um todo um apelo à causa indígena que desde sempre esteve presente na América. 

 

Toada Eldorado, Boi Garantido 

Composição: Tony Medeiros

 

Montanhas cobertas de ouro

Estradas do Eldorado

Sol do Inca, do reino encantado

Montanhas cobertas de ouro

Estradas do Eldorado

Sol do Inca, do reino encantado

Atahualpa, Imperador imortal

Valeu rios de ouro, no tempo colonial

Atahualpa, Imperador imortal

Valeu rios de ouro, no tempo colonial

Pico da Neblina, Ye'pa Oa'kêe

Parima, Pacaraima, Maturaca, Jauaretê

Pico da Neblina, Ye'pa Oa'kêe

Parima, Pacaraima, Maturaca, Jauaretê

Misterioso ritual guataviana

Do homem que virou ouro

Na era pré-colombiana

Mina de metal precioso

A história secular, está no ar

É o paradoxo sem terra

Do Eldorado Karajá

O nosso ouro é o Garantido

Nosso tesouro é o Garantido

O Eldorado, é Garantido

 

A toada é repleta de elementos das cosmogonias de diferentes grupos ameríndia, a lenda ritual do EL DORADO, presente desde a América Pré-Colombiana marcou e ainda marca diferentes imaginários de grupos indígenas da América. Segundo os incas, haviam espalhados pela terra, “estradas, portais” que levariam ao eldorado. Segundo as tradições e cosmogonias da Amazônia indígena, esses portais se encontram no interior da floresta, em formas de relevo diferenciadas. Atahualpa foi o décimo terceiro e último Sapa Inca (imperador inca) de Tahuantinsuyu, como era chamado o Império Inca. Foi o governante de Quito por cinco anos antes de conquistar o Império Inca de seu irmão Huáscar. Após derrotar seu irmão, Atahualpa tornou-se muito brevemente o último Sapa Inca (imperador soberano) do Império Inca (Tawantinsuyu) antes da conquista espanhola, foi o imperador que contatou com os espanhóis.  Pico da Neblina, Parima, Pacaraima, são feições geográficas da Amazônia localizadas no extremo norte do Amazonas, e no noroeste no estado de Roraima. Possuem altitudes elevadas e seriam segundo as lendas amazônicas os “portais do Eldorado”. A toada descreve as lendas que enriquecem a trajetória dos espanhóis em busca de ouro no norte da América do Sul e todos os povos "suspeitos" de esconder ouro, citando até o conto que os índios diziam, de que um homem na Colômbia havia se transformado em ouro num ritual guataviana. A toada faz alusão da caça ao tesouro do Velho Mundo à paradoxal ambição da atualidade citando alguns exemplos como sangrentas lutas entre diversos atores sociais por causa de pedras preciosas, ouro e terras, como no caso do Eldorado dos Carajás/PA em 1996 que repercutiu no mundo todo os tristes episódios de chacinas e mortes. A toada é uma verdadeira aula de geografia, história, filosofia, antropologia, sociologia. 

 

Toada Peregrino do Sol, Boi Caprichoso 

Composição: Cyro Cabral

Sobre as águas

Viajam as tribos do templo do sol

Das montanhas

Do reino encantado do Inca chegou

Tocam as flautas do Yebá-Masá

Lindo canto andino no ar

Cahuapana, Candoa

Parima, Manôa

Yurimá

Da espada um sangue guerreiro

No solo pingou

E no vale sagrado

Da lua de prata chorou

Foram as tribos pro leste morar

A floresta é seu novo lugar

Tariano, Tukano

Baniwa, Dessana, Bará

Soam as flautas ao luar

Nossa história, chão de glórias

Que a cultura do reino dourado

Deixou neste lar

Vem condor trazendo o izí

Vem no azul do céu cantar

Amazônia, todos sonham

Natureza que os filhos do Inca

Souberam amar

 

 A toada assim como a anterior é uma lenda amazônica da ameríndia. Ela narra a formação da Amazônia e a composição de seus diferentes grupos étnicos a partir de uma diáspora possivelmente ocorrida após a conquista hispânica. Os índios da Amazônia, teriam viajado pelas águas a partir de Machu Picchu após a derrocada de Atahualpa pela invasão. Foram as tribos pro leste morar, e se estabeleceram na Amazônia e se tornaram filhos do Inca: Tariano, Tukano, Baniwa, Dessana, Bará, todos grupos que ainda hoje residem na região do Alto Rio Negro falantes da língua tukano, com exceção dos Baniwa que falam aruak. Cahuapana, Candoa, Parima, Manôa, Yurimá são as lendárias cidades incas nas quais corriam rios de ouro, e que no imaginário do viajante quinhentista, sua descoberta acarretaria riquezas aos seus reinos. A incidente fala nas flautas, alude para as conhecidas “flautas de Pã”, instrumento musical utilizado amplamente pelas culturas andinas. 

 

Toada Amazônia Quartenária, Boi Caprichoso 

Composição: Ronaldo Barbosa

 

Ô, ô, paleoíndio

Eu vi chegar

Os primeiros primitivos

Andarilhos da glaciação

Errantes caçadores

Aos bandos predadores

Deixaram desenhos nas pedras de icá

E lascas de cerâmica aroxí

Para onde eles foram?

Restaram-me as pontas de pedras

Usadas nas lanças

Como armas de caça ou de guerra

Amazônia quaternária

Pré-histórica

Dos grandes animais

 

Uma letra que alude os possíveis cenários da Amazônia Antiga, a Amazônia Paleoindígena a partir da chegada do homem “pré-histórico” a América. O título da toada já apresenta a história da Pré-História ameríndia: Amazônia Quaternária, remete a era geológica muito antiga na qual segundo a teoria do Estreito de Bering os primitivos da era glacial chegaram a América. A representação do homem pré-histórico da Ameríndia como “Errantes caçadores, Aos bandos predadores” mostra como eram as possíveis relações naquela era. As evidências geológicas e arqueológicas das pinturas, os petróglifos, as lascas de cerâmica, e as lanças indicam a organização dos grupos. E o desfecho da canção “Dos grandes animais” confere com as “teorias” de que a Amazônia Antiga era habitada também por grandes mamutes e primatas. 

 

Toada Vale do Javari, Boi Caprichoso

Composição Ronaldo Barbosa

 

Javari Ituí

Javari Curuçá

Javari Itaquaí

Bacia dos belos Matsuí

Berço bravo dos Mayoruna-Curuçá

Sina feliz dos Kulina Itaquaí

Braço forte dos Marubo Javari

Cacete de morte dos Kixitos Kaniuá á á...

Vale do Javari

Vale das madeiras

Perola á á...

Palmeiras do Javari

Dos índios arredios

Perola á á...

Nada vale como um Vale de lágrimas

Vale pela vida, pelo sangue dos Mayorunas

Pelo riso dos Matis

Pelo viço dos Kulinas

Pela arte dos Marubos

Pelo cacete dos Korubos

Pelo grito de guerra á á...

Dos Kanamarís...

Ê ê ê iê iê ê...

Remate dos males

Atalaia do Norte

Estirão do equador

Pelo riso dos Matis

Pelo viço dos Kulinas

Pela arte dos Marubos

Pelo cacete dos Korubos

Pelo grito de guerra á á...

Dos Kanamarís...

Ê ê ê iê iê ê...

 

Toada que apresenta relevante característica da recente história indígena da Amazônia. Vale do Javari é hoje uma Terra Indígena demarcada no extremo oeste do estado do Amazonas, sendo a maior a área com índios isolados ou de contato recente do mundo. A toada apresenta as diferentes etnias do tronco linguístico pano que habitam a TI: Matis Mayoruna, Marubo, Kulina e outras. Vale do Javari Vale das madeiras. Palmeiras do Javari. Dos índios arredios, mostra parte do contexto da exploração do lugar: Javari é o nome de uma palmeira muito presente na região do rio e acabou denominando também o rio, os índios arredios do Javari desde a demarcação das fronteiras Brasil-Peru em 1851, diferentes comissões de demarcações foram “impedidas de realizar seus trabalhos” em detrimento da resistência do “arredios do Javari”. Nada vale como um Vale de lágrimas. Vale pela vida, pelo sangue dos Mayoruna, o mais expressivo verso da toada é na verdade uma denúncia a exploração violenta que constantemente se dá no Vale, ameaçando a vida e o sentido das etnias que ali residem. 

 

Considerações finais

 

Ensinar requer uma postura criativa. Ensinar história, requer uma postura criativa e crítica dos diferentes recursos que podemos utilizar no ensino-aprendizagem. A história indígena ainda em construção no Brasil alude para uma seara na qual nós historiadores. O uso da música popular no ensino como apresentou Marcos Napolitano (2002), tornou a predileta do público e isso alude que “é ela, sem dúvida, que tem mais condições de tornar-se importante fonte de informações históricas, de ser investigada no sentido de contribuir para maior compreensão da produção cultural da nossa sociedade” (BITTENCOURT, 2009, p. 378). 

 

O uso de toadas regionais dos Bois Caprichoso e Garantido assume assim o papel de importante ferramenta didática no ensino de História da América Ameríndia em diferentes temporalidades. Nesse sentido, como proposta de recurso, apresentamos como e quais conteúdos algumas toadas supracitadas podem ajudar em nossas aulas.  

 

Referências biográficas

 

MSc. Bruno Miranda Braga, doutorando em História na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Bolsista do CNPq. 

 

Referências bibliográficas

 

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2009. 

 

Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1939 

 

FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. 5. ed. Rio de Janeiro: Zahar; Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1984.

 

NAPOLITANO, Marcos. História & Música: história cultural da música popular. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.  


5 comentários:

  1. Festival em Parintins
    É Cultura e tradição
    De povos Ameríndios
    Que enriquece a nação
    Mostrando a todo mundo
    Essa grande vibração

    As toadas dos dois bois
    É cultura popular
    No ensino de História
    Vem somente agregar
    Ajudando aos alunos
    Na hora de estudar

    Gostaria de saber se o uso das toadas no Ensino de História de composição de autores do boi garantido e caprichoso é acompanhada de algum modelo de oficina que incentive essa produção cultural entre os mais jovens na escola?

    José Abraão Rezende Goveia

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    1. Que maravilha, José Abraão. Os versos/rimas são seus?

      Vamos lá, sobre a questão posta: em Parintins sim, muitxs professorxs utilizam desse envolvimento e dessa dinâmica como estratégia para inserir os alunxs no contexto da produção cultural e consequente atuação na festa. Vale lembrar tbm que muitxs dessxs alunxs são tbm alunxs das Escolinhas de Arte e Liceus mantidos pelos bois e pela Secretaria de Cultura do Am, funcionando como geradores de pessoal para as artes e a produção da festa!

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  2. Vamos lá, sobre a questão posta: em Parintins sim, muitxs professorxs utilizam desse envolvimento e dessa dinâmica como estratégia para inserir os alunxs no contexto da produção cultural e consequente atuação na festa. Vale lembrar tbm que muitxs dessxs alunxs são tbm alunxs das Escolinhas de Arte e Liceus mantidos pelos bois e pela Secretaria de Cultura do Am, funcionando como geradores de pessoal para as artes e a produção da festa!

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  3. Ótimo texto!! É verdade a música faz com que os alunos procurem interagir com a disciplina, que em especial poderia ser português, mas que na verdade busca uma interdisciplinaridade com outras disciplinas que serão abordadas no decorrer da aula.
    Parabéns, pela escolha do tema, showww!

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    1. Obrigado, Valéria. Concordo, como educadorxs cada vez nos aventuramos a utilizar dessas possibilidades para alcançar nossos alunxs e de nós mesmos sermos mais e melhor em nosso metiér! Creio tbm na utilização em demais disciplinas, nas linguagens especialmente. Grato pelo feedback! 🙏🏻

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