CONHECER PARA RESPEITAR E MELHOR ENSINAR: A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE HISTÓRIA NO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CULTURAS E HISTÓRIA INDÍGENA
Introdução
O objetivo principal deste artigo é analisar os reflexos e os significados do curso de formação de professores Culturas e História dos Povos Indígenas, em nível de especialização, no âmbito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), sobre as práticas pedagógicas dos professores da disciplina de História, que realizaram esta pós-graduação entre 2014 e 2015, pois entendemos que nessa disciplina a questão indígena tem um lócus privilegiado, conforme a Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, que obriga o estudo da temática História e Cultura Afro-brasileira e Indígena nas escolas brasileiras (BRASIL, 2008).
Desde 2010 cursos de formação de professores, inicialmente na modalidade de extensão, voltados para a temática Culturas e História dos Povos Indígenas, têm sido realizados através da modalidade de Educação a Distância, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Este fato foi possível graças à Rede de Educação Para a Diversidade (REDE), sendo no âmbito da UFMS as atividades coordenadas pelo professor Drº Antônio Hilário Urquiza (URQUIZA, 2013).
Conforme o Manual Operacional para a Rede de Educação para a Diversidade, o programa Rede de Educação para a Diversidade (REDE) foi criado pelo Ministério da Educação em conjunto com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), também em parceria com a Secretaria de Educação a Distância (SEED), para que estimulasse as instituições públicas de educação superior (IPES) a desenvolver ações para a formação de professores voltada para a diversidade, a fim de que os professores das escolas de educação básica, comecem a incluir nas suas práticas temas voltados para a diversidade. Além disso, a REDE tem como objetivo formar um grupo permanente de instituições de ensino superior voltadas para a formação continuada, semipresencial, dos professores das escolas públicas, além de subsidiar a produção de materiais didático-pedagógicos específicos. Os cursos são oferecidos no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (AUB). Dentre as temáticas temos: Educação para a Diversidade, Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, Educação do Campo, Educação para as Relações Étnico-Raciais, Educação Ambiental, Educação Integral e Integrada, Gênero e Diversidade na Escola, Saúde na Escola, Educação para os Direitos Humanos, Produção de Material Didático para a Diversidade, Educação Escolar, Culturas e História dos Povos Indígenas e Mediadores de Leitura (BRASIL, 2010).
No ano de 2014, iniciou-se a primeira turma do curso de Formação de professores em Culturas e História dos Povos Indígenas, oferecido em nível de especialização na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Este artigo parte do pressuposto de que ele foi de suma importância para subsidiar a abordagem da temática indígena na escola, em consonância com a Lei nº 11.645/2008, que tornou obrigatória a inserção da cultura e história indígena no currículo escolar. Trata-se de um grande desafio para os docentes, mas também de uma grande necessidade, pois é necessário urgentemente reconhecer que as culturas indígenas deixaram importantes legados para o povo brasileiro e continuam contribuindo atualmente com o desenvolvimento do país.
Por uma educação multicultural
A temática indígena tem sido pouco abordada na escola, o que contribui para fortalecer o preconceito dos não índios em relação aos povos nativos e com os inúmeros equívocos presentes na mentalidade do povo brasileiro a respeito das populações indígenas, os quais são reproduzidos pela mídia e pelos livros didáticos. Neste sentido, “compreender a importância e a urgência de se ensinar a história e a cultura afro-brasileira e indígena, sem promover a hierarquização dos saberes, é o desafio que ainda precisa ser enfrentado, na perspectiva de se descolonizar o currículo” (MARQUES, 2014, p. 560).
Embora existam diferentes vertentes, em síntese, o multiculturalismo é um movimento teórico que se iniciou no século XX – surgiu atrelado às lutas de grupos oprimidos, especialmente os negros - nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo ocidental, com objetivo de combater discriminações e preconceitos enfrentados por minorias. O multiculturalismo é contrário a qualquer visão etnocêntrica, ou seja, aquela que considera a cultura do próprio grupo como a melhor e superior à cultura do outro. Do ponto de vista do multiculturalismo, uma sociedade deve ser pautada na pluralidade cultural e no respeito às diferenças. Por isso, defendemos que devemos levar o multiculturalismo para dentro da escola a fim de lutarmos contra o preconceito e estereótipos impostos pelos grupos dominantes no espaço escolar (SILVA; BRANDIM, 2008).
No Brasil, o multiculturalismo influenciou a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), incluindo a “Pluralidade Cultural” como tema transversal, pautando-se na ideia de que a educação para a cidadania deve voltar-se para o respeito à diversidade. Nota-se que com os PCN há a defesa de uma educação contra a homogeneização cultural. Não basta defender a ideia de que o Brasil foi formado originalmente por três raças – o branco, o índio e o negro – que se misturaram e deram origem a um povo miscigenado, mas sim considerar que há diferenças, respeitá-las e valorizá-las na escola. No que diz respeito à temática indígena:
“Assim sendo, tratar da presença do índio pela inclusão nos currículos de conteúdos que informem sobre a riqueza de suas culturas e a influência delas sobre a sociedade, conforme disposto na Constituição de 1988 (art. 210, parágrafo 2º), é valorizar essa presença e reafirmar os direitos dos índios como povos nativos, de forma que corrija uma visão deturpada que os homogeneiza como se fossem de um único grupo, devido à justaposição aleatória de traços retirados de diversas etnias” (BRASIL, 1997, p. 130).
Nesse viés, nós professores temos um papel importantíssimo porque podemos desenvolver estratégias para descolonizar o currículo escolar, que ainda possui um caráter eurocêntrico, por meio do processo de ensino e aprendizagem, a fim de desconstruir preconceitos sobre os indígenas e outras minorias e recuperar seu legado cultural para o povo brasileiro, tendo em vista que: “Para acabar com o preconceito e desconstruir os estereótipos com relação às sociedades indígenas, é preciso começar estudando sobre essas sociedades indígenas, a cultura, as tradições, a história passada e a história atual, as misturas étnicas e outras relações” (SOUZA, 2013, p. 314).
Ressaltamos que há equívocos recorrentes a respeito das populações indígenas, tratadas de modo estereotipado, na educação, muito reproduzidos por livros didáticos e professores nas salas de aula pelo Brasil afora, a saber: 1- Índio é visto como genérico, isto é, como se todos eles tivessem uma mesma cultura, com mesmas crenças, línguas e modos de vida, assim apagando suas diferenças culturais; 2- O índio é tido como atrasado, seus conhecimentos são desprezados, porque são considerados ignorantes; 3- As culturas indígenas são vistas como congeladas, isto é, muitos consideram índios apenas aqueles que vivem na floresta em suas aldeias, usam tanguinha e caçam com arco e flecha, conforme descrito por Pero Vaz de Caminha há mais de 500 anos; 4 – Os índios pertencem ao passado e não fazem parte do presente nem do futuro do Brasil e, 5 – O brasileiro não é índio, isto é, não considera o indígena como elemento formador da sua identidade, ou seja, a cultura do povo brasileiro não deriva do indígena, mas sim do branco, do homem europeu, especialmente os portugueses (FREIRE, 2000).
Um ponto preocupante é que poucas pessoas ainda hoje sequer têm consciência de como os indígenas foram mal compreendidos culturalmente e desmerecidos ao longo de toda a nossa história, apesar de suas grandes contribuições culturais para a sociedade brasileira. Por exemplo, quando levamos em conta que as principais plantas que usamos hoje como alimento em nossas casas e nas nossas indústrias foram descobertas pelos indígenas, tais como: batata, mandioca, milho, batata doce, feijões, amendoim, cacau, abacaxi, caju, mamão, entre outros, passamos a valorizar o conhecimento dos nativos. Para se ter uma ideia, no que se refere às árvores frutíferas, a contribuição é ainda maior. As mais conhecidas são: guavira, maracujá, umbu, mangaba, maçaranduba, jabuticaba, pequi, bacuri, cupuaçu, guaraná, goiaba, jenipapo, jurubeba, jambo, fruta-do-conde, jatobá, ingá, só para citar alguns dos inúmeros outros frutos, sem falar que há várias frutas consumidas pelos índios, mas ainda desconhecidas dos não índios. Quanto à indústria, a contribuição dos saberes indígenas não é menor: a árvore da borracha, por exemplo, já era conhecida pelos índios muito antes de ser usada na indústria automobilística do século XIX.
Eles a utilizavam para confeccionar bolas, seringas e impermeabilizar objetos. Por sua vez, a indústria farmacêutica produz uma gama de remédios que têm como base as plantas medicinais utilizadas pelos indígenas, mas as pessoas que os utilizam ignoram totalmente este fato (RIBEIRO, 1995).
Nestas terras brasileiras em 1500 havia aproximadamente 5 milhões de indígenas, sendo que hoje restam apenas, é de 896, 9 mil, segundo o Censo do IBGE de 2010. Este verdadeiro massacre faz parte da nossa história e, é um passado que precisa ser problematizado nas salas de aula; em vez de ignorado, necessita ser resgatado com urgência.
A formação continuada, a diversidade cultural e a EAD
O curso de Formação de Professores – nível de especialização - em Culturas e História dos Povos Indígenas, especialmente voltando-se para os professores do Ensino Básico, é aqui entendido como espaço de formação continuada. Trata-se de uma formação continuada com foco na diversidade cultural e, consequentemente os professores que dela participaram, passaram a questionar e a refletir sobre conceitos estereotipados, preconceitos e silêncios presentes no currículo de suas disciplinas e, até mesmo em sua própria prática pedagógica. Neste sentido, cabe ao professor a compreensão de que não existem identidades culturais estanques, isto é, puras, mas sim híbridas. Porque toda identidade também é resultado de trocas culturais, as quais são constantes, pois de fato “as nações modernas, são todas, híbridos culturais” (HALL, 1997, p.62). Porém
“(...) não importa o quão diferentes seus membros possam ser em termos de classe, gênero ou raça, uma cultura nacional busca unificá-los numa identidade cultural, para representá-los todos como pertencendo a mesma e grande família nacional. Mas seria identidade nacional uma identidade unificadora desse tipo, uma identidade que anula e subordina a diferença cultural?” (HALL, 1997, p. 59)
Ao homogeneizar a cultura de um povo desprezam-se as suas diferenças culturais, apagando os conflitos existentes e subordinando as minorias aos interesses dos colonizadores. Contudo, uma visão a partir do multiculturalismo pós-colonial, nos proporciona uma educação mais crítica, um questionamento maior sobre os conteúdos a serem ensinados, principalmente quando desmerece o índio, o negro, a mulher, o imigrante e, assim passamos a lutar contra o preconceito enfrentado por estas populações, valorizando suas diferenças e respectivas contribuições culturais para o povo brasileiro. Dessa maneira,
“Dentro dessa abordagem, a formação continuada de professores possui um papel relevante, uma vez que preparar professores para refletirem e trabalharem com a diversidade cultural no contexto escolar significa abrir espaços que permitam a transformação da escola em um local em que as diferentes identidades são respeitadas e valorizadas, consideradas fatores enriquecedores da cidadania” (CANEM; XAVIER, 2011, p. 13).
As Universidades têm um importante papel na formação continuada dos professores. Atualmente, a Educação a Distância tem maximizado o alcance dos cursos oferecidos por elas. Além disso, a EAD possui um aspecto muito interessante: a capacidade de democratizar a oferta de cursos de graduação, pós-graduação e formação continuada.
Segundo Moran (2002), o processo de educação à distância (EAD) caracteriza-se por ser uma modalidade de ensino-aprendizagem na qual os professores e alunos estão separados fisicamente, isto é, não estão no mesmo espaço físico, contudo permanecem em constante interação, graças aos meios de comunicação. Portanto, diferente do ensino tradicional, na EAD professor e aluno não ocupam a mesma sala de aula, mas estão conectados através das tecnologias.
A pesquisa desenvolvida
Esta pesquisa foi desenvolvida numa abordagem qualitativa de natureza descritivo-explicativa, buscando identificar, descrever e analisar as concepções dos professores de História da Educação Básica sobre sua participação no Curso de Formação de Professores em Cultura e História dos Povos Indígenas, em nível de especialização. Buscando compreender as seguintes questões: qual o impacto dessa formação na prática dos docentes?
Passaram a utilizar os conhecimentos adquiridos no curso utilizando-os na sala de aula e como?
A fim de responder estes e outros questionamentos foram realizadas 5 entrevistas com os docentes de História, concluintes do Curso de Especialização em Culturas e História Indígena (2014-2015), os depoimentos foram colhidos durante o primeiro semestre do ano de 2015. As entrevistas foram direcionadas por um questionário semiestruturado.
Os dados analisados foram os discursos/descrições sobre a abordagem da temática indígena no ensino-aprendizagem de História, sendo importante frisar que a descrição, neste sentido, diz respeito às situações vividas, isto é, reais, assim “no que se refere à pesquisa qualitativa, pode-se dizer que os dados são coletados através da descrição feita por sujeitos [...]” (MARTINS, 2010, pp. 63).
Resultados
As iniciativas do Programa Rede de Educação para a Diversidade mostraram-se indispensáveis ao capacitar os professores do Ensino Básico, capacitando-os a abordar a diversidade cultural na escola, por meio do fomento de cursos de formação de professores, tal como a Especialização em História e Culturas dos Povos Indígenas, oferecida em vários estados do Brasil por Universidades Federais.
Os cursos ofertados pela REDE em parceria com Universidade Aberta do Brasil, ao fazer uso da modalidade da Educação à Distância conseguiram um alcance maior do que se fossem presenciais sem perder de vista a qualidade, conforme as vozes dos entrevistados, permitindo que professores de diferentes municípios de Mato Grosso do Sul, sem a necessidade de estar em um mesmo espaço físico, trocassem experiências e compartilhassem reflexões nos fóruns e nos encontros presenciais.
Pode-se afirmar, com base nos depoimentos dos professores de História, que o curso de Especialização Culturas e História dos Povos Indígenas engendrou um redirecionamento da prática pedagógica dos docentes, pois aquilo que era visto como obstáculo, especialmente a falta de conhecimentos sobre os indígenas, não foi mais encarado desta forma, mas sim como algo transponível. Além do mais, os professores destacaram que foram estimulados por meio das leituras e discussões a abordarem a cultura indígena na sala de aula e, que passaram a ter mais conhecimentos sobre o assunto, se sentindo mais seguros para trabalhar o tema nas aulas e promovendo um enfoque crítico ao invés de folclorizar o índio, repercutindo na desconstrução de preconceitos e equívocos sobre as populações indígenas no ambiente escolar.
Todos os entrevistados demonstraram satisfação com o curso de Especialização, destacaram principalmente o fato de terem adquirido bastante conhecimento, um grande número de informações e textos e, a existência de professores capacitados, proporcionando-lhes um embasamento teórico que ajudará na abordagem da temática indígena na escola. Destaco, a título de exemplo, a resposta do entrevistado 3, o qual afirmou estar satisfeito “(...) especialmente em relação a alguns conceitos dos estudos culturais pós-colonialistas, sobretudo como multiculturalismo e interculturalíssimo, além de entender a gama de culturas indígenas existentes ainda hoje no Brasil. ”
Após o que foi apresentado, defende-se que o curso de formação de professores em Culturas e História dos Povos Indígenas, em nível de especialização, cumpriu sua função ao trazer novos conhecimentos para os docentes da Educação Básica sobre a questão indígena contribuindo com uma prática pedagógica mais crítica no que diz respeito a temática indígena na escola, no aprendizado de novos conceitos, no incentivo ao debate da questão indígena dentro do espaço escolar e em uma abordagem multicultural dos conteúdos a serem trabalhados pelos docentes.
O curso despertou ainda uma preocupação muito forte por parte dos professores com a maneira com que os livros didáticos de História representam os indígenas, pois conforme apontaram três dos entrevistados a temática escolhida para desenvolvimento do artigo final, requisito para concluir o curso de especialização aqui analisado, foi a respeito de como o indígena é representado nos livros didáticos de História utilizados por estes professores.
Referências biográficas
Willyan da Silva Caetano. Licenciado em História pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Possui especialização em Culturas e História dos Povos Indígenas pela mesma instituição e também em Educação Especial pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). É mestre em Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), desenvolve pesquisas sobre o Ensino de História. Trabalha como professor efetivo na Educação Básica na SED-MS e na SEMED, de Campo Grande - MS, com experiência lecionando História no Ensino Fundamental e Médio.
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm>. Acesso em: 12 de ago. 2014.
BRASIL, Manual Operacional para a Rede de Educação para a Diversidade, 2010.
IBGE. Os indígenas no Censo Demográfico 2010 – primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. Rio de Janeiro, 2012.
CANEM, Ana; XAVIER, Gisele P. de Moura. Formação continuada de professores para a diversidade cultural: ênfases, silêncios e perspectivas. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 48 set.-dez. 2011. Disponível em: www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n48/v16n48a07.pdf. Acesso em: 15/07/18.
FREIRE, J.R. Bessa. Cinco idéias equivocadas sobre o índio. In Revista do Centro de Estudos do Comportamento Humano (CENESCH). Nº 01 – setembro 2000. P.17-33. Manaus-Amazonas. Disponível em: http://www.taquiprati.com.br/arquivos/pdf/Cinco_ideias_equivocadas_sobre_indios_palestraCENESCH.pdf. Acesso em: 10/03/18.
HALL, Stuart. Identidades culturais na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.
MARQUES, Eugenia Portela de Siqueira. Educação e relações étnico-raciais no Brasil: as contribuições das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 para a descolonização do currículo escolar. R. Educ. Públ. Cuiabá, v. 23, n. 53/2, p. 553-571, maio/ago. 2014.
MARTINS, J. A Pesquisa Qualitativa. In: Fazenda, I. (Org.). Metodologia da Pesquisa Educacional. São Paulo: Cortez, 2010. p. 51-63, set.92/ago.93.
MORAN, J. M. O que é Educação a Distância. Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em: 30/11/2015.
RIBEIRO, Berta G. A Contribuição dos Povos Indígenas à Cultura Brasileira. In: Silva, Iracy Lopes da. Grupioni, Luís Donizete Benzi. (Org.). A Temática Indígena na Escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: Mari/Unicef/Unesco,1995.
SILVA, Maria José Albuquerque; BRANDIM, Maria Rejane Lima, Multiculturalismo e Educação: em defesa da diversidade cultural. 2008. Rev. Diversa. Ano I.
SOUZA, Ilda de. A Lei nº 11.645 e a Educação Básica. In: URQUIZA, Antonio H. Aguilera. (Org.). Culturas e História dos Povos Indígenas em Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2013.
URQUIZA, Antônio H. Aguilera (Org.). Culturas e História dos Povos Indígenas em Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2013.
Olá, meu nome é OLEANE AMANCIO DE OLIVEIRA
ResponderExcluirDiante da crise que se passa o Brasil. Como você ve a situação do indígena brasileiro????
Infelizmente ainda há muito preconceito contra os indígenas. E com certeza a escola pode ajudar a combatê-lo. Mas para tanto os docentes necessitam aplicar as leis adequadamente as leis obrigam a inclusão da cultura e história indígena na escola. A formação do professor faz-se essencial. Mas infelizmente estamos vivenciando um momento de retrocessos. A BNNC não avança nessa questão, permanecendo uma história de caráter tradicional,linear e eurocêntrica.
ExcluirOleane Amancio de Oliveira
ResponderExcluirSabemos que há preconceito em falar sobre aceitação do indígena dentro das universidades brasileiras.Como mudar essa realidade?
ResponderExcluirBoa tarde
Willyan da Silva Caetano
Olá, meu nome é OLEANE AMANCIO DE OLIVEIRA
Diante da crise que se passa o Brasil. Como você ve a situação do indígena brasileiro????
Boa tarde
ResponderExcluirWillyan da Silva Caetano
Oleane Amancio de Oliveira
Sabemos que há preconceito em falar sobre aceitação do indígena dentro das universidades brasileiras.Como mudar essa realidade?
Muito boa a temática abordada! Em tempos de congelamento de investimentos em Educação e Cultura. Quais são os caminhos que o docente deve seguir para tornar os estudos acerca de temas indígenas mais dinâmico dentro das escolas?
ResponderExcluirBoa tarde Douglas! Vivemos tempos sombrios. Na minha região (MS) antes havia um movimento voltado para formações multiculturais, falo de pós a respeito de questões étnico-raciais, sobre os povos indígenas, direitos humanos, minorias, etc. Esse movimento cessou. Não saíram mais editais. Isso dificulta muito um avanço. E você já respondeu o porquê a cima. O que posso te falar é que tratar da temática indígena tem que ser algo constante, e não um currículo turístico: aquele que a gente só aborda em datas especiais. Ademais o professor precisa fazer uma leitura crítica do livro didático e não simplesmente reproduzir o discurso dos "vencedores". Portanto, faz-se necessário problematizar porque alguns sujeitos são silenciados e suas culturas negadas, então é importante o professor ter um compromisso não apenas pedagógico, mas também ético-político.
Excluirolá, me chamo Lìria Monteiro Lourenço Muito bom o tema abordado, sem dúvida a cultura indígena é vista ainda com muito preconceito nas escolas e pela sociedade como um todo, e mudar essa visão é muito importante, visto que os povos indígenas tem grandes contribuições para a sociedade brasileira, e diante dos fatos abordados quais os benéficos da cultura indígena no currículo escolar?
ResponderExcluirCarla Cristina Barbosa
ResponderExcluirBoa noite!
De acordo com o exposto no texto, a representação do índio no livro didático foi apontado pelos entrevistados como uma preocupação. Sendo assim, quais foram os pontos principais que materializam essa preocupação?
As culturas indígenas
ResponderExcluirDevem serem estudadas
E nas salas de aula
Sempre aprimoradas
Pois a historiografia
É muito defasada
De forma eurocêntrica
A história se escreveu
E o legado indígena
No tempo se perdeu
Foi preciso uma lei
Para rever o que se deu
Os livros didáticos
Criativos devem ser
E as história dos povos
Com coerência trazer
Como dos indígenas
Para poder se ler
É na nossas escolas
Que começa a discussão
Onde se deve promover
Um mundo sem exclusão
Pois as diversas culturas
Deve ter participação
(Cordelista José Abraão Rezende Goveia)
Gostaria de saber se os resultados dos trabalhos defendidos pelos alunos do curso de formação de professores Culturas e História dos Povos Indígenas, em nível de especialização da localidade pesquisa que é o Mato Grosso do Sul tem sido utilizado de alguma forma nas salas de aula da educação básica? se tem sido transformado de alguma forma em recursos livros didáticos, para serem utilizados nessas modalidades de ensino?
José Abraão Rezende Goveia
Olá, boa tarde! Adorei o cordel!
ExcluirOs trabalhos de conclusão de curso até onde sei não estão disponíveis em plataformas online. Certamente há cópias arquivada na Biblioteca da Universidade. Posso falar a partir da minha experiência enquanto professor de História e a partir daqueles que entrevistei que passaram a usar materiais estudados durante o curso nas suas aulas, adaptando-os. Eu mesmo produzi materiais a partir destes textos base. Mato Grosso do Sul é o segundo estado brasileiro com a maior população indígena do país. Temos muitos índios urbanos, predominando os terena, depois os guarani-kaiowá e também tem os guaicuru, que possuem a maior reversa. Os outros dois sofrem muito e muitas vezes são vítimas de conflito com fazendeiros, especialmente os guarani que ainda lutam muito pelas suas terras. Só estou lhe situando um pouco para entender que é algo muito atual aqui. Só que a escola está a parte, temos uma disciplina chamada História Regional, mas não existe livro didático para ela. Acaba que cada professor faz o que acha melhor. Já vi muitos falando de aborto, liberação da maconha nessas aulas, por falta de conhecimento de um problema local que é luta diária dos indígenas seja por terra ou simplesmente para sobreviver e ter dignidade nas cidades, onde essas populações são muito presentes como em Dourados-MS, onde há muitas aldeias, e Campo Grande-MS, onde temos algumas aldeias urbanas.
Meu nome: Willyan da Silva Caetano
ExcluirBOM DIA, WILLYAN DA SILVA CAETANO
ResponderExcluirFalar do índio em sala de aula é um ponto importante, e isso fortalece na sua existência. E a partir da construção de pensamentos das crianças, podemos saber como lidar com as expectativas que as crianças esperam para o seu futuro. E desse modo o professor trabalha na construção do pensamento da criança, e isso influencia na sua vida, na relação com os colegas.
A partir desse pensamento como podemos lidar com a influencia dos adultos sobre as crianças que pensam ao contrario?
OLEANE AMANCIO DE OLIVEIRA
BOM DIA, WILLYAN DA SILVA CAETANO
O preconceito contra o índio e o negro sempre foi um ponto marcante dentro da sociedade, isso dificulta uma ligação entre os mundos entre o negro, indígena e o branco. Como mostrar as crianças que esses problemas podem ser combatidos?
OLEANE AMANCIO DE OLIVEIRA
ResponderExcluirBOM DIA, WILLYAN DA SILVA CAETANO
O preconceito contra o índio e o negro sempre foi um ponto marcante dentro da sociedade, isso dificulta uma ligação entre os mundos entre o negro, indígena e o branco. Como mostrar as crianças que esses problemas podem ser combatidos?
OLEANE AMANCIO DE OLIVEIRA
Boa tarde parabéns pelo seu trabalho gostei muito da sua temática e do seu olhar sobre o indígena.
ResponderExcluirMinha pergunta é: Como podemos trabalhar essa temática na sala de aula afim de despertar nos alunos o sentimento de orgulho por ter origens indígenas neste país que tanto desvaloriza esses povos??
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ExcluirBoa tarde, José! Sim é mesmo complicado. Mas temos que buscar usar os recursos da Web 2.0 a nosso favor. Por exemplo, indico desenvolver um trabalho didático com o documentário transmitido recentemente na Globo e que está disponível no You Tube, que é o "Falas Indígenas". Você também pode produzir materiais como vídeos. É interessante mostrar para o estudante que indígena não é aquele que vive na oca, anda pelado e como mandioca, tente mostrar a presença deles nas cidades: médicos, professores, advogados, políticos e às vezes até na própria família deles.
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ResponderExcluirBoa tarde parabéns pelo seu trabalho gostei muito da sua temática e do seu olhar sobre o indígena.
ResponderExcluirMinha pergunta é: Como podemos trabalhar essa temática na sala de aula afim de despertar nos alunos o sentimento de orgulho por ter origens indígenas neste país que tanto desvaloriza esses povos?
Hannah Karoline Amoedo Moutinho 7 período de Licenciatura Plena em História Na Universidade Nilton Lins Manaus/ Am
Bastante interessante o seu texto e contribui de maneira significativa para que professores busquem a formação continuada voltada para a desconstrução de preconceitos e generalizações que tratam o índio ainda hoje como uma figura folclórica.Como professor em formação achei muito interessante quando fora proposto a descolonização do currículo tendo como objetivo o rompimento de um currículo em grande parte eurocêntrico.No que diz respeito a lei nº 11.645 a formação continuada dos professores na temática seria o melhor caminho para que a discussão acerca da história indígena seja ampliada e voltada para a desconstrução de preconceitos?
ResponderExcluirFrancisco Pereira Dos Santos Junior
Boa noite professor. Texto muito construtivo, bem vemos que os indios passaram por amos opressão no período colonial, seja por sua questão cultural, ou necessidade de mão de obra. Hoje em dia temos a cota de indigenas e negros, seja em concursos, faculdades e empregos, essa forma de cota, seria discriminação por parte do Governo, por achar que eles não tem capacidade de concorrer em ampla concorrência? Ou seria uma forma de pagamento de divida por causa de anos de opressão e escravidão?
ResponderExcluirJoel Freitas
Olá Sr WILLYAN DA SILVA CAETANO, boa noite, José Roberto Belo da Fonseca aqui, aluno do curso de história, desde já lhe atribuindo Um enorme Parabéns pela tese bem elaborada. Bom, em meio a sua temática eu gostaria de perguntar como poderíamos obter uma melhor qualidade de sinto aos indígenas de terras distantes sobre conteúdos diversificados, em meio a essa crise sanitária? já que por meio desta não estamos podendo ter contato com sociedades indignas, como antes ocorriam para dar aulas, caso grave porque na maioria dos assentamentos não tem acesso a internet.
ResponderExcluirOlá! Tudo bem?
ResponderExcluirÉ utopia pensar na reunião de alguns povos indígenas de cada região para uma palestra dentro das universidades, como contribuição nessa formação descolonizada?
ExcluirOlá! Tudo bem?
É utopia pensar na reunião de alguns povos indígenas de cada região para uma palestra dentro das universidades, como contribuição nessa formação descolonizada?
Celiane Loureiro Azevedo