ENSINO DE HISTÓRIA E POESIA POPULAR: REPRESENTAÇÕES DA CULTURA INDÍGENA XOCÓ EM CORDEL, PORTO DA FOLHA, SERGIPE
Esse texto tem como objetivo relatar uma experiência em uma aula de história que ocorreu em uma turma do 8º ano do ensino fundamental no Colégio Estadual Governador Lourival Baptista, localizado na cidade de Porto da Folha, Sergipe. Em uma das aulas de história no mês de abril de 2019 foi proposto a leitura e declamação de um cordel com 24 estrofes em formato de sextilha, sobre a temática das representações da cultura indígena Xocó, a iniciativa faz parte de um projeto escolar que foi batizado no colégio com o nome de rimando, rimando a história vamos estudando, esse consiste nas produções de cordéis que são apresentados, declamados aos alunos no momento em que será introduzido, iniciado um novo conteúdo em ensino de história, pois
“Trabalhar o cordel como um gênero literário útil no ensino de história perpassa por compreender que utilizar a cultura popular como fonte de estudo para as aulas não se objetiva em tornar “uma ou outra história” mais importante, mas contemplar as diversas realidades que constituem a formação da história de um povo, oportunizando voz aos diferentes agentes históricos. Utilizar o cordel nas aulas de história é ao menos tentar abrir espaço para métodos que contemplem, mesmo que de maneira parcial, a cultura popular dentro da sala de aula” (SANTOS, 2018, p. 15)
O projeto escolar rimando, rimando a história vamos estudando tem como objetivo desenvolver nos alunos o gosto, o prazer, a importância pela leitura, escrita, interpretação e comparação textual, partindo de um produto cultural que é o cordel, esse um patrimônio cultural imaterial do povo brasileiro, ao mesmo tempo, oportuniza o debate, a discussão, a aprendizagem em sala de aula sobre a história de agentes históricos que tiveram durante muito tempo suas histórias silenciadas, negadas a exemplo da comunidade indígena Xocó, que habita a margem direita do Rio São Francisco, em uma povoação chamada Caiçara, Ilha de São Pedro, pertencente ao município de Porto da Folha, Sergipe.
“Esta nação, no século passado, era bastante numerosa, vivia com tranquilidade, trabalhando e desfrutando das riquezas da terra. Não demorou muito para a paz ser interrompida, com a chegada, na região, de um senhor, que se dizia dono das terras, conhecido como coronel, João Porfírio de Brito, em que, invadiu as terras, e brutalmente, violentou e expulsou o povo indígena à custa de “pancadas” e chicotadas com o auxílio dos jagunços, como comenta uma professora da escola indigenista e também remanescente da tribo Xocó em” (Povo Xocó, SEED: 8)
O cordel trabalhado com os alunos, em sala de aula, foi construído apresentando a história do povo xocó, principalmente os acontecimentos da década de 1970, período em que ocorreu a reconquista das terras da Caiçara, que estava nas mãos de um latifundiário que invadiu as terras e muito maltratou o povo xocó, para essa luta de reconquista foi de fundamental importância o apoio das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), ligada à Igreja Católica Romana, através de seu bispo a época, Dom José Brandão de Castro que chefiava a Diocese de Propriá, Sergipe, esses momentos de apoio se davam através da organização de romarias da terra, onde muitos religiosos da diocese acompanhavam o bispo e padres como Frei Enoque Salvador de Melo, essa corrente de pensamento estava atrelada a teologia da libertação, movimento que ganhou destaque no Brasil na década de 1970, se destacando também na luta contra a ditadura militar no Brasil.
O cordel também tratou em suas 24 estrofes sobre a relação dos índios xocós com a natureza, e com o rio São Francisco, a necessidade de conservação e preservação desse, as canoas de toldas que durante muitos anos era o principal meio de transporte entre a comunidade e outras cidades, a exemplo de Propriá que durante muito tempo era o principal polo comercial da região. A religiosidade, crenças do povo xocó foram narradas nas estrofes do cordel, assim como o ritual do toré, e a festa de seu padroeiro São Pedro, a maioria do povo xocó são católicos, tendo o Frei Doroteu como seu pioneiro colonizador, implantando os ensinamentos do catolicismo na comunidade.
A aula de história utilizando o cordel procurou atender a lei nº 11.645 de 10 de março de 2008, que estabelece em seus artigos
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. § 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.”(BRASIL, 2008)
A comunidade indígena Xocó é o único remanescente indígena do Estado de Sergipe, a tribo está situada no alto sertão, suas principais atividades econômicas dizem respeito a agricultura se destacando o cultivo do milho e feijão em uma determinada época do ano, ou seja, no período chuvoso, que se estende entre os meses de abril a julho, também realizam a criação de animais, ovinos, caprinos, aves, realizam a pesca no rio São Francisco, em outros períodos de sua história, cultivavam o arroz nos locais alagados com as enchentes do rio São Francisco, esse cultivo na comunidade Xocó foi prejudicado com a construção da hidrelétrica Xingó, que diminui a vasão das águas do rio. No mês de abril de todos os anos a comunidade comemora a reconquista da terra, com um evento baseado em rituais de sua identidade cultural, e com a participação de visitantes, alunos de outras escolas e localidades que vão até a aldeia prestigiar as comemorações e reivindicações desses povos.
O ensino de história tem passado por mudanças e permanências, ao longo do tempo, nos livros didáticos sempre houve uma valorização de conteúdos eurocêntricos, priorizando os grandes acontecimentos políticos, os heróis nacionais e exaltando as ações do Estado, a história de outros grupos sociais eram deixadas de lado, esquecidos, silenciados, entre esses grupos podemos destacar a história das mulheres, dos negros, camponeses, operários, indígenas. Na atualidade o ensino de história tende a aproximar o processo de aprendizagem dos alunos de sua realidade local, do momento histórico vivido, incorporando a colaboração de diversos sujeitos históricos, dando sentido ao pertencer, pois
“O objetivo fundamental da História, no ensino de primeiro grau (ensino fundamental), é situar o aluno no momento histórico em que vive. [...] O processo de construção da história da vida dos alunos, de suas relações sociais, situados em contextos mais amplos, contribui para situá-lo historicamente, em sua formação intelectual e social, a fim de que seu crescimento social e afetivo desenvolva -lhe o sentido de pertencer” (FONSECA, 2006, p.127-128)
Trabalhar com o cordel em sala de aula, com a temática sobre a história e cultura do povo xocó, também procurou estabelecer o aprofundamento dos alunos com a sua história local, próxima da realidade desses alunos, objetivando o seu desenvolvimento social, afetivo, construindo suas identidades em contato com os outros e os elementos culturais advindos de sua região. A cidade de Porto da Folha tem uma rica diversidade cultural, representada pelas manifestações culturais dos vaqueiros do sertão e seus modos de vida, da comunidade quilombola do Mocambo e suas expressões artísticas e culturais, e a única tribo indígena de Sergipe, objeto de estudo e discussão deste trabalho, onde o uso do cordel em sua forma declamada e escrita é dinâmico, criativo, lúdico, possibilitando as mais variadas situações de contato com a cultura, formas de expressão e arte dos povos indígenas como os xocós, pois
“No que diz respeito ao trabalho com a Literatura de Cordel na sala de aula se dar devido a grande proporção que a cultura popular tem na sociedade, já que a Literatura de Cordel é conhecida como patrimônio histórico e cultural do povo nordestino e brasileiro. A utilização do Cordel no ambiente escolar deve explorar todas as possibilidades de sentidos oriundos do texto como as vozes sociais que tratam de vários temas” (SILVA, 2016, p. 8)
Entre os vários temas trabalhados com o cordel no projeto escolar, rimando, rimando a história vamos estudando, nesse texto se priorizou a história e cultura do povo xocó, a história desta aldeia indígena ainda está repleto de lagunas, necessitando nesse sentido de pesquisas científicas e acadêmicas mais detalhadas, nos estudos desse grupo indígena se destaca o trabalho transformado em livro da antropóloga sergipana Beatriz Góis Dantas, com o título terras de índios xocós (1980), essa analisou aspectos antropológicos dessa comunidade, a luta para reconquista de suas terras, e a luta para a construção e manutenção de sua identidade ao longo do tempo, sendo esse livro um marco nos estudos desses povos.
Nas eleições municipais de 2016 chamou a atenção e marcou a história política do povo xocó a eleição para a câmara de vereadores de Porto da Folha do índio xocó, Lindomar xocó, pelo partido dos trabalhadores, esse cumpriu os seus quatro anos de mandato não chegando a se reeleger em 2020. No cordel trabalhado com os alunos, todos esses aspectos do povo xocó foram transformando em sextilhas de cordel, as sextilhas de cordel é o formato de versos mais utilizados pelos cordelistas, existem outras formas de versos como as quadras, setilhas, décima, galope a beira mar, predominando as sextilhas
“Quanto à organização da métrica, existem os versos dispostos em sextilhas (estrofes com seis linhas agrupadas) e em heptassílabo (versos de sete sílabas cada), com o seguinte esquema de rimas: ABCBDB. Entretanto, menos encontradiços, também são escritos em septilhas com (ABCBDDB), ou décima (ABBAACCDDC). Das três, seguramente, a sextilha é a mais usada” (SILVA, 2014, p. 81)
O trabalho com as sextilhas de cordel nesse projeto se propõe a ser uma ferramenta, didática, pedagógica, para tratar, discutir, debater os mais variados temas, porém outros recursos didáticos podem e devem serem utilizados em sala de aula, pois as possibilidades de recursos para o ensino de história na atualidade se estendem para o uso de jogos, filmes, imagens, aplicativos de celulares, poesias, peças de teatro, entre tantos outros. Os vinte e quatro versos em formato de sextilha em cordel usados nas aulas de história de uma turma do 8° ano do ensino fundamental no Colégio Estadual Governador Lourival Baptista, se constituiu como um meio de utilização de um produto cultural que se desenvolveu no meio nordestino, sertanejo, em um período em que essa região do Brasil vivia em grande parte isolada de outras regiões, principalmente a sudeste, e o cordel se constituía quase como um jornal do povo nordestino e sertanejo, muitas notícias muitas vezes só eram aceitas, se estivessem escritas em formato de cordel, muito já se discutiu sobre um possível fim do cordel, isso devido ao aparecimento dos meios de comunicação de massa como o rádio, a televisão, internet, entre outros meios, hoje em dia o cordel tem sido estudado por muitos pesquisadores nas universidades, onde esses apontam as suas potencialidades na educação, em vários espaços, destacando a educação básica.
Sobre o povo xocó que teve representações de sua história e cultura transformada em cordel, ficou para os alunos a possibilidade de conhecer um pouco mais sobre sua história local e a variedade de grupos étnicos que ao longo do tempo formaram a sociedade sergipana e brasileira, se destacando no caso dos povos xocós a luta pela reconquista de suas terra nos anos de 1970, a sua localização geográfica às margens de um dos principais rios do Brasil o São Francisco, fonte de lazer, sobrevivência, cultivo e vida para esse povo, o engajamento de movimentos sociais como as CEB,s ( Comunidades eclesiais de base), representado pelo bispo de Propriá Dom José Brandão de Castro, sendo esse hoje homenageado com o seu nome no Colégio Indigenista da comunidade, a luta dos povos xocós para se inserirem na política, como uma forma de garantir os seus direitos, a exemplo do vereador Lindomar xocó primeiro índio a assumir uma vaga na câmara de vereadores de Porto da Folha entre os anos de 2016-2020. O uso do cordel como uma produção literária dessa região do Brasil e de Sergipe, são discussões importantes no ambiente educacional e em eventos dessa natureza, pois possibilita a ocupação de espaços até um certo tempo pouco frequentados por cordelistas, indígenas e apreciadores da cultura e da poesia popular.
Referências biográficas
José Abraão Rezende Goveia, professor de história nas redes públicas estaduais de Sergipe e Alagoas, mestrando em ensino de história pela Universidade Federal de Sergipe- UFS
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei 11.645/08 de 10 de Março de 2008. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília.
DANTAS, Beatriz Góis; DALLARI, Dalmo de Abreu. Terra dos índios Xocó: estudos e documentos. São Paulo: Comissão Pró-Indio /São Paulo, 1980. - Povo Xokó – Livro impresso: Biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe
FONSECA, Selva Guimarães. História local e fontes orais: uma reflexão sobre saberes e práticas de ensino de História. História Oral (RJ), v. 9, p. 125-141,2006.
SANTOS, Ary Leonan Lima. Utilização do cordel como ferramenta para o ensino de história: conceitos, repertórios e experiências. 2018.102f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de História) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2018.
SEED. Povo Xocó: Histórias que marcaram nossa vida. (colab.) Eliane Amorim
de Almeida / (coord.) Maria da Conceição S. G. Mascarenhas. Secretaria de Estado da Educação do Desporto e Lazer. Aracaju: MEC/SEF/CGAEI/SEED/DED/DEF/NEI,
2000.
SILVA, Raymundo José da. Perspectiva do folheto de cordel na sua transposição dos sertões para os centros urbanos. 2014. f. 265.tese-Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras, programa de pós-graduação em Letras, Porto Alegre, BR-RS.
SILVA. Verônica Diniz da. A literatura de cordel e suas contribuições para o ensino desse gênero na sala de aula. In: X Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental,10ª, 2016, Rio Branco. Anais. Universidade Federal do Acre.
Olá, boa tarde.
ResponderExcluirPrimeiramente, parabéns pelo trabalho.
Gostaria de saber como foi para os alunos estudarem sobre a História Local, através do cordel? E se possível dê um exemplo da experiência que lhe marcou com essas aulas(algum debate mais interessante, enfim...)
Abraços;
Beatriz Oliveira Fontenele
Boa tarde Beatriz Fontenele !
ExcluirObrigado pela leitura do texto
O cordel é uma prática pedagógica e metodológica que utilizo em minhas aula para introduzir um novo conteúdo em Ensino de História, fazendo uma comparação com o conteúdo do livro didático, no que se refere ao cordel sobre a tribo Xocó, para os alunos além da produção e declamação do cordel, foi possível fazer uma visita com esses alunos do 8º ano a aldeia Xocó, momento de muito aprendizado onde o cacique Bá organizou com os demais povos da tribo a dança do toré e nos deu uma aula sobre a história do seu povo, esse foi o momento mais marcantes para os alunos ter tido a oportunidade de participar de uma festividade da cultura Xocó. Com relação a produção do cordel esse foi feito em sala de aula, partindo de fontes históricas e da experiências vivenciadas pelos alunos na tribo. O colégio que esses alunos estudam fica localizado na sede municipal a aldeia Xocó faz parte do município mais esses alunos de 8º ano fundamental nunca tinha ido lá, foi um momento de muito aprendizado para todos. O cordel em formato sextilha ficou da seguinte forma, vou disponibilizar aqui 4 estrofes para exemplificar:
Com muita satisfação
Em versos vou escrever
Sobre a tribo Xocó
E suas lutas para viver
Quando lá na Caiçara
Queriam permanecer
Junto com a igreja
tomaram a decisão
Resistindo com força
As garras da opressão
Não baixando a cabeça
Querendo demarcação
Foi no ano de setenta
Que tudo aconteceu
A Caiçara dos Xocós
Em suas mãos permaneceu
E essa grande data
No tempo prevaleceu
Sendo a única tribo
Do nosso alto sertão
Deixando um legado
Para toda população
Não desistam da luta
Quando se tem a razão
José Abraão Rezende Goveia
Nossa! Que máximo! Imagino o quão maravilhoso deve ter sido esse momento de contato direto com esses povos. Amei as estrofes do cordel. E novamente, parabéns pelo trabalho.
ExcluirOlá, boa tarde José Abraão!
ResponderExcluirMuito interessante a proposta e a temática da escrita, principalmente ao analisarmos o quão é importante a valorização e os estudos sobre os povos indígenas brasileiros, que ainda nos dias atuais são desrespeitados e desvalorizados.
Você comentou sobre as dificuldades em reunir mais informações sobre os índios Xocó, visto que o material disponível ainda é pouco, e eu gostaria de saber quais as dificuldades os alunos tiveram na construção dos cordéis em relação a sua parte estrutural. Os alunos já tinham um contato regular com cordéis no ambiente escolar?
Ana Beatriz dos Santos Silva
Boa noite Ana Beatriz !
ExcluirPrimeiramente obrigado pela leitura do texto
Como sou professor desses aluno desde o 6º Ano do fundamental esses alunos dessa turma especifica que foi realizado o projeto com a cultura Xocó eles já tinham contato com o cordel através de cordéis de outros cordelistas como Almeida Filho, Leandro Gomes de Barros que eu levo para a sala de aula para desenvolver temáticas da cultura local e regional, também produzo estrofes de cordéis juntamente com eles, nesse sentido no 8º ano eles já tinham contato com o cordel devido ao meu acompanhamento e trabalho em sala de aula no Ensino de História, O que percebo na produção de um cordel em sala de aula é que tem alunos que tem uma habilidade rápida para desenvolver versos rimados de cordel, já outros alunos desenvolvem sendo acompanhados por mim, e cerca de 20% da turma não demostra interesse na produção fazendo somente por obrigação. Nesse sentido considero importante o uso do cordel nas aulas por esse ser dinâmico, criativo, lúdico e se constituir em um patrimônio cultural imaterial do povo brasileiro.
José Abraão Rezende Goveia
Boa tarde !
ResponderExcluirObrigado pela leitura do texto
O cordel é uma prática pedagógica e metodológica que utilizo em minhas aula para introduzir um novo conteúdo em Ensino de História, fazendo uma comparação com o conteúdo do livro didático, no que se refere ao cordel sobre a tribo Xocó, para os alunos além da produção e declamação do cordel, foi possível fazer uma visita com esses alunos do 8º ano a aldeia Xocó, momento de muito aprendizado onde o cacique Bá organizou com os demais povos da tribo a dança do toré e nos deu uma aula sobre a história do seu povo, esse foi o momento mais marcantes para os alunos ter tido a oportunidade de participar de uma festividade da cultura Xocó. Com relação a produção do cordel esse foi feito em sala de aula, partindo de fontes históricas e da experiências vivenciadas pelos alunos na tribo. O colégio que esses alunos estudam fica localizado na sede municipal a aldeia Xocó faz parte do município mais esses alunos de 8º ano fundamental nunca tinha ido lá, foi um momento de muito aprendizado para todos. O cordel em formato sextilha ficou da seguinte forma, vou disponibilizar aqui 4 estrofes para exemplificar:
Com muita satisfação
Em versos vou escrever
Sobre a tribo Xocó
E suas lutas para viver
Quando lá na Caiçara
Queriam permanecer
Junto com a igreja
tomaram a decisão
Resistindo com força
As garras da opressão
Não baixando a cabeça
Querendo demarcação
Foi no ano de setenta
Que tudo aconteceu
A Caiçara dos Xocós
Em suas mãos permaneceu
E essa grande data
No tempo prevaleceu
Sendo a única tribo
Do nosso alto sertão
Deixando um legado
Para toda população
Não desistam da luta
Quando se tem a razão
José Abraão Rezende Goveia
Boa noite, José Abraão, muito importante seu trabalho! Acredito ser crucial o trabalho com literatura e a valorização da nossa cultura.
ResponderExcluirEsse projeto foi interdisciplinar? Acredito que seria muito rico trabalhar história com literatura.
Abraços!
Letícia Mayer Borges
Bom dia Letícia!
ExcluirPrimeiramente muito obrigado pelo interesse por esse trabalho
Sou professor de História e cordelista utilizo o cordel em sala de aula como uma forma de chamar a atenção dos alunos para um novo conteúdo que iremos abordar de forma introdutória geralmente faço um cordel formato sextilha e apresento, discuto e proponho atividades com os alunos, considero que esse trabalho não é interdisciplinar no sentido de dialogar relacionar as outras disciplinas e professores do colégio que trabalho, pois é um trabalho realizado em sala de aula com os alunos, esse mesmo trabalho ao mesmo tempo torna-se interdisciplinar por relacionar ensino de História, literatura e arte que é o cordel. No tocando ao trabalho em cordel sobre a tribo indígena Xocó esse sim foi interdisciplinar onde todas as disciplinas se mobilizaram para a realização do projeto de forma integrada, dessa integração surgiu o cordel sobre o povo Xocó como relatado no trabalhos. abraços e um bom evento.
José Abraão Rezende Goveia
Parabéns!!! Um ótimo tema a ser estudado na sala de aula - o cordel. Lembrando que a leitura sempre abre o conhecimento, seja ele didático, ou até mesmo de maneira informal, como o cordel.
ResponderExcluirParabéns!!! Um ótimo tema a ser estudado na sala de aula - o cordel. Lembrando que a leitura sempre abre o conhecimento, seja ele didático, ou até mesmo de maneira informal, como o cordel. Sensacional, a ideia do uso do cordel na sala de aula.
ResponderExcluir